quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Outro Diário de Bordo 3: picardias estudantis (e de trabalho também)


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Dizem que 15 anos é a primeira "idade importante" das pessoas, afinal é a fase que carimba as mudanças físicas e o amadurecimento psicológico de cada um - aquele lance todo de transição criança-adolescente e conseqüente "treinamento" para a vida adulta. Comigo, obviamente, não foi diferente. Muito pelo contrário: minha vida em 1995 sofreu uma alteração tão brusca, tão 180º, que eu tinha até mesmo a sensação de ter sido trocado de corpo.

Além das mudanças na rotina de estudos (minha conclusão do curso básico e a recém-chegada ao colegial, mais exatamente em um curso técnico, com novos amigos e nova realidade) e também na rotina profissional (um estágio de alguns meses na área em que cursava e em seguida um emprego registrado, um grande desafio para um pivete), meus 15 anos constituíram também perceptíveis mudanças de corpo: os pêlos pubianos apareceram do nada, a barba começou a crescer com mais violência, ganhei alguns centímetros de altura e outras coisas ficaram, er... "maiores", hahaha. Acima de tudo, aos 15 anos comecei a raciocinar e a agir como um quase adulto, deixando o lado pivete para trás de vez.

Foi também quando comecei a ficar mais malicioso e a ter uma percepção mais chauvinista das coisas... claro, percepção esta adaptada a um pensamento tipicamente homossexual. Nada de querer papar as menininhas; o que eu queria mesmo era carcar os menininhos. Taradão! ;-)

O lance no colégio era bem tenso. Como fui literalmente forçado a cursar o ensino médio na área técnica, escolhi a área de Informática Industrial e me vi de repente em um colégio particular localizado na área nobre da cidade e com índice de 0% de "feiúra por metro quadrado" (!). Pra piorar, o curso que escolhi quase não tinha adesão feminina, ou seja, para qualquer lado que se olhasse, só se via homem. Ou quase: na verdade, eram mais moleques de 15 a 17 anos, com corpos à beira da perfeição, do tipo estudo-quatro-horas-por-dia-e-as-vinte-horas-restantes-passo-surfando. Lugarzinho estranho e novo pra mim, mas rapidamente me adaptei e arrumei uma penca de amigos.

Meu primeiro contato real, afetivamente falando, com este novo universo aconteceu aí: como éramos uma classe só de garotos, a maioria das brincadeiras eram carregadíssimas de conotações (homos)sexuais. Um dos meninos, o garoto D., não tão bonito mas com um pusta porte atlético de parar o trânsito, era o mais safado de todos e adorava passar a mão no povo, imitar gays etc., e calhou que, ao melhor estilo "contos eróticos do Mix Brasil", fomos sorteados para fazer um trabalho em dupla juntos, e fui fazer o tal trabalho na casa dele, e estávamos sozinhos, e deixamos a matéria de lado para ver um filme pornô, e o menino D. lançou a velha mas altamente bem-sucedida "estou com o maior tesão, posso tocar uma aqui? Fica à vontade para fazer também", e aí... bem, você já imagina o que aconteceu.

Nada, porém, que fugisse muito do esqueminha bate-pra-mim-que-eu-bato-pra-você (!), o que pra mim não contou muito como experiência. Àquela altura, já cansado das brincadeirinhas de criança, eu queria mesmo era dar a minha primeira e tão esperada TREPADA, no sentido mais amplo, sujo e clássico da palavra, e não apenas um rápido handjob com um menino que provavelmente nem era gay e sim um adolescente com os hormônios explodindo e louco para extravasar de alguma forma. (Claro que não expus meu real ponto de vista e fiz parecer que eu TAMBÉM era só um moleque hétero que não conseguia pegar mulher e queria gozar de qualquer jeito.)

A tal "grande experiência", o tal "grande momento", o popular "perdi o cabaço" aconteceu neste mesmo ano, mas em outro núcleo da minha novelinha "Malhação" particular. ;-)

Paralelamente às minhas peripécias estudantis (!), consegui um emprego em uma assistência técnica de computadores, mais exatamente como auxiliar de estoque, após concluir o período obrigatório de estágio na própria escola dos sonhos em que eu estudava e ganhar uma transferência para o curso de Processamento de Dados no período noturno, que nem era tão divertido assim... Enfim, não era difícil, neste novo emprego, perder minhas primeiras aulas no colégio por ter que contabilizar horas-extras no depósito, à espera dos técnicos de campo (todos moleques estagiários engravatados entre 15 e 20 anos) que tinham que descarregar os materiais e equipamentos de reposição ao final do dia, pouco importando a hora que fosse.

Um dos técnicos, o garoto E. - ruivinho no alto dos seus 18 anos, com uma namoradinha à tiracolo e uma semelhança inacreditável com o caubói de brinquedo do "Toy Story" -, era constantemente sacaneado pelos outros, que o chamavam de "viado", "frutinha" e tals, tudo na mais pura brincadeira. O sujeito nem se incomodava e alimentava ainda mais o sarro da molecada do trabalho, e este detalhe meio que despertou o meu gaydar, aquele "faro" que todo gay tem com relação a supostos "também gays"... sentindo um fundo de verdade naquela zoação toda, disfarçadamente comecei a jogar um verdinho, pra ver se colhia maduro.

E não é que rolou? Certo dia fiquei no depósito até 8 da noite, fazendo serão, e eis que o E. chegou, com uma penca de material para descarregar. Mesmo cansadão, mas prevendo alguma coisa inconscientemente, fui lá e ajudei. Depois do trampo todo, o E. deu a desculpinha esfarrapada de que "não tinha mais nada a fazer" e ficou por lá jogando conversa fora comigo. Nem lembro como aconteceu direito, só sei que de repente um começou a dar indiretinhas para o outro e, quando vimos, estávamos lá, trancados, no meio dos computadores do estoque, no que podemos categorizar tranqüilamente como a minha primeira experiência sexual de verdade. E foi completa, praticamente como se vê em filmes do gênero (hahaha), com início nos beijos, seguindo pelas preliminares e culminando com o ato em si. Maior legal que, logo na minha "estréia", matei dois fetiches típicos, sendo a) trepada com homem de uniforme, e b) trepada no ambiente de trabalho! :-D

Deixando as piadinhas de lado por um instante, o ato em si foi bastante cru, visceral até, com todos os "erros" de qualquer transa entre dois jovens inexperientes que estão se descobrindo e também descobrindo o outro; de que forma tocar, como beijar, onde beijar, até onde encostar as mãos, qual a posição mais confortável, como penetrar sem ser vencido pela dor... até como lidar com os inevitáveis pêlos pubianos (quem nunca interrompeu um sexo oral para tirar pentelho da boca que atire a primeira pedra. HAHAHA! Nojinho...). Enfim, nem saberia dizer se foi bom ou ruim; limito-me a dizer que foi MARCANTE e MUITO ESPECIAL.

Esta primeira "grande experiência" serviu sobretudo para me afirmar de vez como homossexual convicto, sem qualquer possibilidade de oh-não-sei-o-que-quero-de-minha-vida. O passo estava dado e ponto final; não havia mais armário algum, não pelo menos em minha mente. Não foi o que aconteceu com os outros: o D. só vi durante o período de escola, depois nunca mais, e mesmo com mais um ou outro "trabalho em dupla" que fizemos (hahaha), o cara arrumou uma noiva e, apaixonadíssimo, comprovou minha velha teoria de que realmente era o protótipo do hétero que só queria se divertir um pouco.

Já o E., que me confessara seu homossexualismo em certa ocasião, infelizmente não conseguiu encontrar a chave do seu próprio armário e, por ser filho de uma figura pública da cidade e outras várias razões, optou por fazer parte hoje do inglório time dos casados e pais de família que correm atrás de michezinhos na rua enquanto as esposas pensam que estão fazendo hora extra. Triste. (Nos cruzamos ocasionalmente pela cidade e, até por respeito um ao outro, fazemos de conta que nada nunca aconteceu, mas a cumplicidade silenciosa de ter vivido um lance bacana existe e a gente percebe no olhar.)

Bem, acho que só pelo relatado, nota-se que meus 15 anos foram bem rodados (hummm). Bem, primeiro passo dado, etapa concluída. Agora, já que tinha certeza absoluta do que eu era, precisava saber onde estavam os outros que também eram. E logo descobri... mas isso fica para a próxima, que este texto já está gigante! ;-P

Ass.: L.

2 comentários:

G. disse...

eh, basicamente o meu começo foi assim tb. e tb com 15 anos... e tenho q admitir q meus 16 foram o auge da minha vida sexual.

no começo parece tudo tão simples e tão mais fácil de conseguir. serah a inocência? ou a falta de sentimento no ato? sei lah. soh sei q sinto falta; e seu relato me trouxe uma nostalgia mto gde.

=)

Unknown disse...

eu vi ja essa historia antes.....ahh ja sei...a minha

hauaahauahauah
serao todas as historias tao parecidas assim? XD

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