terça-feira, 28 de junho de 2011

Hoje é um dia especial.


Há exatamente 31 anos atrás nascia a minha razão de viver. Não estou sendo exagerado ou demagógico, apenas realista. Antes de encontrar esta pessoa, só era alguém trancado no armário sem uma visão de futuro.

Era apenas uma carne nova no pedaço nos locais gays do litoral. Até encontrar este meu amor, e ver que existe vida (inteligente) no mundo gay e que a realidade não era totalmente dura e inexpressiva enquanto ao futuro.

Com ele aprendi que dois homens são capazes realmente de amar, ser cúmplices e fieis um ao outro. Que poderíamos ser um casal normal, no mundo que nos acha anormais.

Hoje somos casados, nos amando cada vez mais, enxergando defeitos e sendo compreensíveis com eles, sendo o apoio um do outro neste mundão difícil que é São Paulo.

A vida não são flores, o relacionamento é tão difícil quanto qualquer relacionamento, mas a maturidade nos deu ferramentas para que isto sejam casos passageiros, que exijam pouco tempo de nossas vidas.

Hoje, meu maridón faz aniversário, só que a cada dia, quem ganha o presente sou eu. Pois a cada aniversario completo mais um tempo com ele ao meu lado.

E que seja eterno e dure!

Feliz aniversário, meu amor.

Obs.: Sexta-feira o blog volta às atualizações normais.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Diário do Leitor


E trazemos mais uma colaboração de nossos ilustres leitores aqui no blog, o leitor Felipe resolveu falar de sua homossexualidade através de um belo texto. Dêem uma olhada:

Sobre Ser Quem Se É.

Não me lembro da primeira vez que nasci.
Não me lembro se foi bonito, se foi intenso, se foi um milagre. Sei que havia sangue e lágrimas, e que a partir dali eu já morria.
Mas, de qualquer maneira, lembro da segunda vez que nasci, e me lembro bem, com detalhes: sombras, luzes, gosto, cores e som.
Lembro da minha respiração no espelho. Lembro do meu medo - como na infância – do escuro e da solidão.

E acho que é sempre assim quando nascemos. O medo inevitável do que não sabemos, e da vida que teremos que aprender a conquistar – e aprender que é conquistável.

Em minha primeira vida estive grávido de mim mesmo, sem saber.
Dos sonhos que ainda não existiam, ou que resistiam sem mim.
Vivia a plenitude de estar quase absolutamente morto: Aprisionado em um corpo pequeno e frágil, nesta cápsula, nesta casca, nesta máscara em que juravam ver o meu rosto.

Revelar-me foi [ é ] uma atitude corajosa.
Cada dia correndo o risco da solidão, expondo-me ao caráter sádico dos espíritos humanos, ao prejulgamento e aos estereótipos.

Mas eu sou, sabe. Nesta vida mais que na outra: Acho que respiro outro ar agora, vejo em novos espectros de cores, e ando em estranhamento.
Passo após passo, surpreso com as surpresas.
Estranho todos eles. Os estranhos que me vêem sem me ver.

. . .

Naquele dia, contei meu segredo.
Chorei copiosamente e morri um pouco antes de renascer.
No banheiro, enxuguei na camisa meus olhos vermelhos, e vi o reflexo no espelho.
Eu me vi, pela primeira vez.

A maioria das pessoas nasce uma vez apenas, mas eu nasci duas.
Uma vez foi sorte, na outra escolha. Ambas destino.

Eu nasci naquele dia, depois do amor e da dor, e já não tinha nada a ver com isso – com quem se ama ou de que forma o faz – era apenas sobre ser o que se é.

E foi intenso e suave, como presenciar um milagre – só porque era a verdade.”

Maravilhoso o texto, gostei muito. E espero mais.

Quer escrever também o seu texto, mande e-mail para:
digaxisparaopassarinho@gmail.com ou 26raylight@gmail.com

O texto deve estar no corpo do e-mail, não em anexo.

Ass.: R

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Um Casal em Sampa – Parte 16 – Setembro/Outubro


Bem, como faz muito tempo que não atualizado este blog, resolvi voltar estas postagens e dar uma atualização bimestre a bimestre do que rolou nas nossas vidas. Bem vindos de volta!

A expectativa do novo emprego cresceu, fiz nova entrevista, Mas, ainda sem retorno. Enquanto isto, meu primo roda o bairro atrás de um novo ape, temos 90 dias para sair (pois o ape que alugamos foi posto a venda) e meu primo durante 30 dias entre os meses de setembro e outubro estará viajando para fora. Então a urgência de se resolver este problema é grande.

O problema é o financeiro, meu emprego antigo ainda não dá expectativa de alugar grandes coisas, o que deixa o meu primo e meu maridón sobrecarregados com as responsabilidades.

Com as mudanças nos Bancos que presto serviço, a célula onde eu trabalhava deixou de existir, fui jogado sem pára-quedas numa nova célula com uma supervisora carrasca, que não está nem aí se estou bem treinado ou não, quer que eu faça tudo conforme o correto.

Meu primo conseguiu um apartamento para alugar antes de viajar, só que o proprietário faz milhões de exigências que fazem primo voar atrás de documentações. Depois de quase tudo certo, o proprietário volta atrás com os valores e pede novas documentações. Meu primo desiste do apartamento e vai viajar na incerteza.

O resto do mês, apesar da ameaça de chegar nova cartinha pedindo nossa retirada do apartamento, foi um pouco mais calmo. Com meu primo viajando um mês, eu e meu maridón ficamos sozinhos com as compras e contas, o que nos deus uma idéia melhor de vida de casados. Um mês só nos dois juntos. Que foi um grande sucesso.

A mudança de supervisora no serviço, deu nova expectativa e também consegui um pequeno aumento de salário. A coisa foi tão boa, que depois de um mês na nova célula, já estava ajudando os novos companheiros que entraram. Enquanto o novo emprego não surge no horizonte, me dedico ao atual, já que é ele que paga minhas contas.

Meu maridón continua sua subida de cargo e aumento de salário, o que me dá um orgulho enorme, em menos de um ano de emprego ele teve três subidas de cargo. A responsabilidade aumenta e com ela, várias horas extras. O que aplica certa solidão em mim, mas que eu sei que é necessário.

Meu primo volta de viagem, cheio de novidades sobre sua passagem pelo Oriente Médio, mas também voltamos ao antigo fantasma da futura saída do ape. Temos que voltar a procura de um apartamento, mas um pouco mais sossegados com o aumento de prazo que vai até início de 2011.

Vimos apartamentos ruins e também alguns que eram um sonho. Mas, infelizmente acabamos não fechando com nenhum e continuamos na expectativa da procura. A caça ao apartamento perdido continuava por mais alguns meses.

Mais expectativa que vão tumultuar mais ainda o próximo bimestre.

A seguir: Novo Emprego! Novas Decisões!

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