terça-feira, 30 de junho de 2009

Dicas de Filmes: De repente, Califórnia.


Pois é, só agora conseguir ver este tão falado filme. Mesmo sendo de 2007, aqui no Brasil ficou um curto tempo em algumas salas de São Paulo este ano. Achei um filme hiper bonitinho e identificável.

A historia tem como personagem principal Zach, vivido pelo ator pouco conhecido (mas muito bonito), Trevor Wright. Com aptidão em artes, acaba deixando sua vida de lado e as chances de revelar seu talento, por causa de laços familiares e uma irmã que não assume certas responsabilidades. Sem contar, com um namoro heterossexual que nunca vai para frente.

Mas, um novo leque de opções se abre em sua vida, quando ele reencontra o irmão mais velho do seu melhor amigo, o escritor Shaun (vivido pelo ator Brad Rowe, que fez outro filme de temática GLS: “O Beijo Hollywoodiano de Billy”). Nascendo uma grande amizade, e aos poucos, uma grande paixão.

Não vou contar mais, pois pode estragar a historia. Mas, como todo romance gay, é cheia de duvidas, e o mais importante: escolhas. Ou vivemos a vida dos outros, ou somos um pouquinho egoístas e agarramos o que a vida tem a oferecer. Pois as oportunidades podem passar e ser a única. Sem contar, que a escolha não influencia somente a sua vida, a da outra pessoa também.

Bem, um filme bem gostoso de ver. Vale a pena correr na locadora, ou encontrar na net, lembrando que o nome original é “Shelter”.

Veja o trailer:



;)

Ass.: R

domingo, 28 de junho de 2009

Dia Internacional do Orgulho Gay

Bem, eu estou aqui para mudar um pouco as comemorações. Em vez do "Dia Internacional do Orgulho Gay", eu prefiro que seja o "Dia Internacional do Orgulho de todos os Sexos".

Assim como cota para negros, "Dia Internacional das Mulheres"... são tipo de coisas para a gente lembrar alguma espécie de descriminação.

Então prefiro comemorar o amor, não importa o sexo, idade, orientação sexual, cor, raça ou religião, e este clipe do Erasure resume bem isto, com uma coleção de beijos sem nenhum tipo de divisão.

Todos se beijam e todos se amam.



Então neste dia, não se orgulhe de ser gay, se orgulhe de ser humano, e de poder amar como qualquer outra pessoa.

Ps.: Hoje também é o aniversário de uma pessoa muito especial, que faz o ato de acordar algo bem melhor, pois sei que tenho ele.

Sei que os dias são dificeis, as dificuldades são grandes. Mas eu amo demais o L.

Feliz aniversário, meu amor.

E que o próximo seja bem diferente.

Ass.; R

sábado, 27 de junho de 2009

Dicas de Música: The Kooks

Esta banda inglesa virou a minha mania da semana. Recente no mundo da música, o grupo tem apenas dois discos gravados, mas já ganhou prêmios de banda revelação no Q Award e no MTV Europe Music Awards.

O grupo se apresentou no dia 19 aqui no Brasil, quem tiver interessado em ver o show passará no canal Multishow na segunda-feira, dia 29, após 22:30.

Depois, o show estará disponivel no site do canal. Veja duas músicas que gosto deles.

A primeira é seu single mais recente, "Shine On".



A outra música é "Always Where I Need to be", que até no ano passado virou música de vinheta do canal Multishow.



Espero que tenham gostado da dica.

Segunda-feira o blog volta a ser atualizado ;)

Ass.: R

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Propagandas de um novo tempo

Pois é, os tempos estão mudando, e as propagandas também. Já que o publico gay fazem parte de uma grande fatia de consumidores. Por que eles não podem fazer parte das propagandas.

É o caso da Nebacetin, que mostrou vários tipos de família. Sem preconceitos. E é nacional ;)



Também, no mundo inteiro esta nova visão ficou mais atraente e invadiu as propagandas, veja que original esta outra de maionese:



A Pepsi também, entrou na onda, e trouxe esta propaganda bem criativa.



Esta outra, é muito boa também.



Engraçadas ou não, é uma evolução. Pois o mundo é recheado de heterossexuais e homossexuais, e os dois consomem. Sem contar, que já é comprovado que os gays são muito consumistas, então, para faturar, eles também tem que ser um alvo.

É um novo tempo.

Ass.: R

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Desenhar é legal - pena que eu não sei...

Gostaram do desenho?



Fui eu que fiz para o R., em algum momento de 2003. Logo no começo do namoro, acho. Nós nos encontrávamos em um barzinho GLBT, ficávamos no cantinho de mãos dadas, conversando e beijando, eu morria de vontade de fumar um cigarrinho (mas o R. não pode sequer sentir cheiro de cigarro por causa da alergia dele), a gente enchia a cara de Coca-Cola e porção de isca de frango, e depois saía correndo para não perder o ônibus e só conseguir voltar pra casa na manhã do dia seguinte. Durante a semana mal nos víamos. E um dia qualquer, eu fiz esse negócio aí, digitalizei e mandei via e-mail a ele. O original autografado chegou depois, em mãos (e pés e bocas e todo o resto). ;-)

Hoje o barzinho nem existe mais, a gente não corre mais atrás de ônibus (o carro tá aí pra isso), os lugares que freqüentamos não são os mesmos e já aconteceu de tudo na nossa vida mas a gente está aí. Com toda a pauleira, todo o tesão, todo o ódio e todo o encanto de qualquer amor de verdade. E o desenho ficou. A época é diferente, a rotina é diferente. Mas o eu te amo e te quero pra sempre é o mesmo.

O que não mudou também foi meu talento (ou a falta dele) para o desenho. Precisa ver as atrocidades que saem quando eu invento de desenhar. Hehehe!

Ass.: L.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

It's fun to be gay!

O que eu mais gosto na Internet é a possibilidade de ter em mãos coisas que você jamais encontraria por aí, principalmente no que diz respeito ao nosso meio. Fuçando no nosso amigo YouTube, encontrei um pequeno curta-metragem, de 8 minutinhos só, que me fez rir adoidado e ainda carregou uma mensagem bacana, ainda que bem romantizada.

O curta, "Target Audience" (traduzindo literalmente, Público Alvo), escrito e dirigido pelo norte-americano David Kittredge em 2002, acompanha dois amigos supostamente heterossexuais, trancafiados na casa de um deles, em pleno sábado, final de noite, sem nada pra fazer. Um está capotado, o outro está acordado... até que a TV anuncia um programa bem ao estilo "(011) 1406", mas com uma proposta bem, digamos, "diferente"... e o sujeito desperto, inicialmente relutante, desiste de mudar de canal e começa a se interessar pela idéia... e também pelo amigo adormecido... hehehe...

Maior barato que a Net está infestada de curtinhas como este que falam, mesmo que de leve, sobre identidade gay como ela realmente é. E é ótimo ver como tem gente por aí disposta a levar o assunto a sério (por mais engraçada que seja a situação e a forma com que a traminha é contada, no caso deste curta). Um alívio para quem já está cansado de ver os gays sendo retratados na mídia como livres-leves-soltos, tal qual aquele irritante personagem da novela das sete... afe.

Bem, chega de papo e assista ao curta aí embaixo. Repare nas tiradinhas do programa da TV, como são ótimas, de tão absurdas! Infelizmente, o vídeo esta em inglês :(



Afinal, é divertido demais ser gay! Quem dera se todos os héteros tivessem essa curiosidade, não? Eu certamente teria aproveitado bastante, teria tirado tanta casquinha... Não que eu tenha pensado nisso, afinal sou casado. Agora alguém por favor arranque aquela serra-elétrica da mão do R., porque ele está começando a espumar e estou ficando com medo. ;-)

Ass.: L.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Causos da Vida: Primas e Gogo boys


Bem, sei que este é o lado sério do DXPP, mas também sei que não quero que seja apenas um blog triste ou revoltado, ou com bandeiras, militâncias e tudo mais. Então para mediar um pouco as coisas, enquanto meu namorado que felizmente voltou a escrever, esta levando o Diário de Bordo dele adiante, vou estrear um nova seção aqui: Causos da Vida.

Que é uma brincadeira com casos da vida e a gíria causar :D

Bem, estava eu a alguns fins de semanas atrás, visitando uma prima que tinha meses que tinha ganhado um bebê. Fui acompanhado de mais uma prima e um primo. Naquela cama olhando aquele belo nenê, olhei para as minhas primas e pensei: quem vê estas duas santas.

Pois é, por incrível que pareça, levei as duas para uma boate aqui da baixada, e as duas arrebataram cada uma, um coração de um gogoboy... sério... as duas... isto é incrível.

A primeira, antes de casar e ter sua nenê, me acompanhou com meu namorado para a tal boate. Era inauguração da boate “Fama”, o nome na época era em homenagem a novela da moda do momento: “Celebridades”.

Depois de um show sensacional com a Silvetty Montilla, começou os gogo boys. Um deles, bem branquinho, vestido de marinheiro, não tirava os olhos de minha prima e seus quase 1,80 de altura. Para chegar nela foi um pulo. Mexia nos seus cabelos, falava coisas para ela, trocaram bicotinhas... eu e meu namorado não acreditávamos naquilo. Mas, ficou por aí.


Numa segunda vez, ela e outra prima foram conosco novamente na boate, desta vez esta prima do gogo boy teve que ir embora, pois já era uma senhorita comprometida. Minha prima carioca ficou, e la vamos nós outra vez.

Outro show de gogo boy, e lá estava ele, corpo perfeito, mas com uma cara de “vou te assaltar na esquina”. Mesmo assim, as poucas meninas heterossexuais (ou bissexuais) que estavam no local, ficaram babando nas belas coxas do rapazola. Outra vez, uma prima minha foi um alvo.

Enquanto eles trocavam olhares comprometedores, eu e meu namorado já estávamos nos preparando, pois outra guria estava louca para catar minha prima, pois a mesma também queria dar uns malhos no tal gogo boy. Já víamos que poderia rolar umas puxadas de cabelos e arranhões de unha. Eles trocaram gestos, e o gogo boy sumiu.

Na saída, lá estava ele, esperando minha prima. Eu e meu namorado nos entreolhamos espantados. Pronto, a liberei e fiquei esperando para depois irmos embora. Eles se atracaram encostado num muro, que achei que ia cair. Ele queria dar uma carona de moto para ela, mas ela não quis, e fomos todos embora.

Pois é, desde então não voltamos mais com elas na boate, pois nós tínhamos medo de como as coisas iam, na próxima teríamos um gogo boy nos jantares de família :D

Brincadeira, nada contra a profissão. Mas que há um elo espiritual entre minhas primas e gogo boys, isto tem.

Em breve, mais um causo.

domingo, 21 de junho de 2009

Dicas de Música: Jewel

Bom, para quem estava com saudades das dicas de músicas, trago para vocês umas das minhas cantoras favoritas, mas deixo bem claro que prefiro a fase antiga dela.

Sabe, aquele tipo de CD para você colocar antes de dormir, com aquela voz maravilhosa cantando com um violão. Este é o CD "Pieces of You" de 1994.

Deste CD trago "You Were Meant For Me".



Quatro anos depois, ela lançou "Spirit", que perdeu um pouco da batidinha folk, mas continuou bem agradável.

Deste CD trago, "Hands", que tem uma pitadinha de uma mensagem otimista. Eu gosto muito.



Também vale a pena as músicas "Who Will Save Your Soul?", "Foolish Games", "Down So Long" e "Jupiter (Swallow the Moon)".

Tenho que confessar que a batida pop que ganhou os CDs seguinte não me agradaram nenhum pouco. Mas, dizem que no CD atual, "Lullaby" ela volta ao básico. Vou procurar ouvir para saber que isto é real ;)

Ass.; R

sábado, 20 de junho de 2009

Cada um, cada um...


Eu sou um gay que odeia...
- Jesus Luz
- Cristiano Ronaldo
- romancezinhos mela-cueca
- Robert Pattinson, Zac Efron
- roupas de balada e dark-room
- Julia Roberts, Renée Zellweger
- as músicas de Britney Spears, Beyoncé, Rihanna...
- Ricky Martin
- sauna gay
- Ronaldo Ésper (por favor, morra)
- academia, malhação
- sobrancelhas depiladas
- Stefhany
- militância, levantar bandeiras
- cultura emo
- Cláudia Leitte (ah, o mundo seria tão melhor...)
- orkut e MSN
- Reynaldo Giannechini
- álcool
- Sacha Baron Cohen (por favor, morra)
- MTV
- Mariah Carey, Lily Allen, Amy Winehouse...
- futilidade pop, coisas "fashion", SPFW

Eu sou um gay que até acha legal, mas não se importa tanto assim com...
- Parada Gay
- Madonna
- gírias GLBT
- techno, trance, psy e todos os derivados
- Beth Ditto
- boates, baladas
- Lady Gaga
- Gay Day em parques temáticos
- Mandy Moore
- seriados de TV paga
- ir à praia, ver o mar, pensar na vida
- drag queens (só as caricatas clássicas, como Silvetty Montila)
- "O 3.º Travesseiro"

Eu sou um gay que adora...
- folk music
- filmes de pancadaria e clássicos cult
- Malvino Salvador
- camiseta básica, jeans e All Star
- Ryan Reynolds
- amigos heterossexuais
- Katylene.com
- o movimento punk inglês de 60 e 70
- indie music dos anos 90
- pêlos, barba
- Murilo Benício
- Calvin e Haroldo
- Clint Eastwood
- os filmes de David Fincher, Paul Thomas Anderson e Darren Aronofsky
- escrever cartas à mão
- Chris Evans
- jogar futebol (só jogar, assistir não...)
- falar e ouvir palavrões
- Heath Ledger
- tocar violão
- sexo monogâmico
- cinema
- Eduardo Noriega
- quadrinhos (Authority, Liberty Meadows...)
- filmes de faroeste dos anos 50 e 60
- usar ternos e roupas sociais
- Dominic Cooper, Anton Yelchin, Giovanni Ribisi
- literatura inteligente, livros do Nick Hornby
- casais gays que fogem de baladas
- Alexi Murdoch, The Shins, Bert Jansch
- histórias de Michel Gondry e Spike Jonze

Eu sou um gay que prefere...
- perder o sábado à noite no cinema
- usar palavras do dicionário Aurélio
- trocar gibis e DVDs com o namorado
- usar a madrugada para dormir abraçado
- conversar com o namorado na cafeteria
- ler livros que me complementam
- ir à boate para ver os shows das caricatas
- usar roupas que me façam sentir confortável
- discrição

E por causa de todas estas coisas, tem um monte de gente que conheço que quase perdeu a fé na humanidade quando revelei meu grande segredo obscuro... sou gay. E estas pessoas que conheço, que conviveram comigo por algum tempo e que fizeram parte da minha rotina, com grau de importância suficiente para que eu me sentisse à vontade para externar minha condição, sempre usavam o mesmo chavão justificativo para cobrir o choque: mas você não parece gay... Elas esperavam mesmo que eu começasse a sofrer uma metamorfose, demonstrar trejeitos, usar roupas femininas, virar travesti. Eu não posso ser gay... e homem ao mesmo tempo. Inconcebível.

O que tento explicar à estas pessoas é que você não é o que você faz. Sabe-se lá como e por qual razão, algum ser humano determinou, em algum momento da história do mundo e em algum lugar do universo, que os homossexuais obrigatoriamente agem de uma determinada forma, gostam de determinadas coisas, vestem determinadas peças. Algum idiota sem ponto de vista próprio simplesmente impôs que suas ações determinam o que você é. Sifudê.

A culpa é de quem? Sinceramente, acho que é de todos nós. Eu e o R. vamos aos points gays de vez em quando e sempre nos divertimos muito ao observar algumas pessoinhas que exageram bastante em sua montação. (uma drag que vimos certa ocasião, que usava um tecido de cetim e simplesmente ESQUECEU de "esconder" seu, bem... aquilo. Essa imagem estampa meus pesadelos quase toda noite.) Logo em seguida, me sinto mal por causa dessa merda toda que é o pré-julgamento. Porra, todo mundo pode ser ou não ser qualquer coisa. O cara é feliz usando vestido e deixando o pinto solto, tomando um ventinho? Que ótimo. Em outra ocasião, um amigo se sentiu à vontade comigo e contou que é gay. Mas ele não tinha NADA de trejeitos. Nada! Fiquei chocado? Pois é, na hora fiquei. E depois contei também de mim. A reação foi a mesma. Deveríamos ter nos surpreendido tanto? Deixamos de ser seres humanos porque somos gays, bi, heteros, lésbicas?

E é por isso que todo mundo acha maior esquisito quando revelo minha homossexualidade. Pior ainda quando eu e o R. contamos a qualquer um, gay ou não, que somos um casal há anos. Milagre!, Corajosos!, Exemplo!, Difícil ver isso! é o que mais ouvimos. Claro, "todo bicha é promíscuo", não é isso que ensinam por aí?

Preciso confessar uma coisa: há seis anos, não sinto vontade alguma de fazer sexo com outra pessoa a não ser o R. Às vezes quero fazer amor, às vezes quero fazer sexo e às vezes quero trepar... mas só com o R. - Seria eu um alienígena? Um X-Men? Um Dalai Lama? Um deus evoluído de 500 anos antes de Cristo encarnado no corpo de um pseudo-jornalista indie de vinte e tantos anos?

Acho que não (embora a idéia de ser um X-Men e ter um poder mutante fosse deveras interessante, hehehe). Acho que sou só um cara normalzinho mesmo. Um homem, que gosta de "coisas de homem" e de dormir com homens. Antes de tudo isso, sou um sujeito comum, igual a todo mundo e diferente de todos, com gostos particulares e idéias variadas, que não precisa externar a condição de "cueca que curte cueca" usando roupas espalhafatosas ou substituindo termos corretos por gírias do meio (embora morra de rir com elas). Você nunca vai me ver com roupas berrantes, nunca vai me ver ouvindo Britney, nunca vai me ver com as sobrancelhas desenhadas, nunca vai me ouvir dizendo "aloca".

Mas por favor, não me interprete mal. Não estou condenado quem é diferente de mim, muito pelo contrário. Acho lindo alguém ter culhão de agir da forma que quer, que se sente bem. Vivemos em um mundo de aparências e bato palmas para qualquer um que desafie convenções e ouse ser o que é. Viva as diferenças! Só acredito que eu não seria autêntico, não seria eu mesmo, desta forma... Não é isso, esse negócio de "SER FELIZ", o que estamos de fato tentando alcançar no final de tudo? ;-)

Ass.: L.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Iraque é aqui?


Bem, demorei um pouco, mas ainda queria falar sobre os infelizes acontecimentos no fim da Parada Gay. Pois me senti no Iraque, ataque com uma bomba e homossexual espancado? O que vai ser da próxima vez: apedrejamento, emboscada ou um carro bomba no meio da parada?

O mais incrível, que eu estava passando num shopping, e vi duas senhoras falando sobre o acontecimento:
- Você viu, menina? O rapazinho morreu daquele dia da parada.
- Pois é, coitado. E olha que ele nem estava na parada, ele estava indo encontrar os amigos.
- Será que ele era gay? Coitado... será que foi um engano?

Sério, fiquei extremamente irritado ao ouvir isto. Eu não gosto e nunca fui à Parada Gay, não faz o meu estilo. Talvez um dia, bata uma curiosidade. Mas, não é por isto que eu ficaria mais com pena do rapaz, por que ele não foi na parada.

Pelo papo das duas distintas senhoras, o cara nem foi na parada e nem sabiam que era gay, que talvez fosse um engano. Quer dizer, elas estavam com pena do rapaz por que talvez ele não seja gay?

Quer dizer, se ele fosse gay e tivesse ido à parada, ele merecia ser mais espancado do que se ele não fosse gay e não tivesse ido à parada? Que mentalidade é esta? É um elo de comparação a algo como: ele foi morto na cadeira elétrica, mas na verdade ele não era culpado.

Fica minha indignação por um SER HUMANO ser espancado, não importa se ele era gay, se ele era hetero, bissexual, ou se ela não tinha ido à parada, ou ia todos os anos. O que é uma pena, é que as pessoas usam de bombas, punição, espancamento para defender suas idéias, ou melhor, sua falta de idéias.

Depois deste acontecimento, fico imaginando estas senhoras em algum lugar do Oriente Médio tendo o seguinte dialogo.
- O enforcaram por homossexualismo.
- Sério! Mas, ouvi falar que ele não era.
- Então foi um engano, ele não deveria ser enforcado.

Estamos no Brasil, terra da diversidade de cores, raças, credos e orientações sexuais. Não quero viver em um retrato feio e cinzento, onde amar uma outra pessoa (independente do sexo) é um crime.

Ass.: R

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Casamento Gay: SIM!

Bem, não sou de trazer ou levantar bandeiras aqui no blog, mas tem coisas que não da para não comentar, ou ser imparcial, quando tem um blog. É o caso do absurdo da Proposta 8 (Proposition 8) americana. No qual quer banir e proibir o casamento do mesmo sexo em todos os Estados Unidos.

Já que estamos falando de uma nação que se diz evoluída, que se orgulham de ter colocado no poder um Presidente negro, isto é na verdade uma grande involução.



Mas, o que temos haver com isto? Bem, como tudo no mundo parece girar no umbigo americano e no imitar do estilo americano de vida, isto é algo extremamente perigoso para o terceiro mundo.

Tentando alertar todas as gerações contra a tal emenda, que o fotografo Adam Bouska e seu parceiro Jeff Parshley criaram a campanha NO8. Que traz cantores, membros de banda de rock, atrizes, misses americanas, celebridades e subcelebridades.


Fazendo um protesto mudo, ao qual aparecem com uma fita na boca. Algumas destas pessoas entraram por que queriam defender a campanha, outros para se auto promoverem, e uns segundos, tentando seguir a moda.

Se isto é bom ou ruim? Bem, como se até um reality show com sub-sub-subcelebridades faz maior auê, pode mostrar a força que elas têm na mídia. E se esta força (seja por bem, ou por auto promoção) esta ao lado de uma causa como esta, ela será com certeza bem vinda.


Então, que venha mais delas!

Se quiser ver as fotos da campanha, é só clicar aqui.

Ass.; R

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Outro Diário de Bordo 3: picardias estudantis (e de trabalho também)


O Diário do L. 1 | 2
O Diário do R. 1 | 2 | 3 | 4 | 5

Dizem que 15 anos é a primeira "idade importante" das pessoas, afinal é a fase que carimba as mudanças físicas e o amadurecimento psicológico de cada um - aquele lance todo de transição criança-adolescente e conseqüente "treinamento" para a vida adulta. Comigo, obviamente, não foi diferente. Muito pelo contrário: minha vida em 1995 sofreu uma alteração tão brusca, tão 180º, que eu tinha até mesmo a sensação de ter sido trocado de corpo.

Além das mudanças na rotina de estudos (minha conclusão do curso básico e a recém-chegada ao colegial, mais exatamente em um curso técnico, com novos amigos e nova realidade) e também na rotina profissional (um estágio de alguns meses na área em que cursava e em seguida um emprego registrado, um grande desafio para um pivete), meus 15 anos constituíram também perceptíveis mudanças de corpo: os pêlos pubianos apareceram do nada, a barba começou a crescer com mais violência, ganhei alguns centímetros de altura e outras coisas ficaram, er... "maiores", hahaha. Acima de tudo, aos 15 anos comecei a raciocinar e a agir como um quase adulto, deixando o lado pivete para trás de vez.

Foi também quando comecei a ficar mais malicioso e a ter uma percepção mais chauvinista das coisas... claro, percepção esta adaptada a um pensamento tipicamente homossexual. Nada de querer papar as menininhas; o que eu queria mesmo era carcar os menininhos. Taradão! ;-)

O lance no colégio era bem tenso. Como fui literalmente forçado a cursar o ensino médio na área técnica, escolhi a área de Informática Industrial e me vi de repente em um colégio particular localizado na área nobre da cidade e com índice de 0% de "feiúra por metro quadrado" (!). Pra piorar, o curso que escolhi quase não tinha adesão feminina, ou seja, para qualquer lado que se olhasse, só se via homem. Ou quase: na verdade, eram mais moleques de 15 a 17 anos, com corpos à beira da perfeição, do tipo estudo-quatro-horas-por-dia-e-as-vinte-horas-restantes-passo-surfando. Lugarzinho estranho e novo pra mim, mas rapidamente me adaptei e arrumei uma penca de amigos.

Meu primeiro contato real, afetivamente falando, com este novo universo aconteceu aí: como éramos uma classe só de garotos, a maioria das brincadeiras eram carregadíssimas de conotações (homos)sexuais. Um dos meninos, o garoto D., não tão bonito mas com um pusta porte atlético de parar o trânsito, era o mais safado de todos e adorava passar a mão no povo, imitar gays etc., e calhou que, ao melhor estilo "contos eróticos do Mix Brasil", fomos sorteados para fazer um trabalho em dupla juntos, e fui fazer o tal trabalho na casa dele, e estávamos sozinhos, e deixamos a matéria de lado para ver um filme pornô, e o menino D. lançou a velha mas altamente bem-sucedida "estou com o maior tesão, posso tocar uma aqui? Fica à vontade para fazer também", e aí... bem, você já imagina o que aconteceu.

Nada, porém, que fugisse muito do esqueminha bate-pra-mim-que-eu-bato-pra-você (!), o que pra mim não contou muito como experiência. Àquela altura, já cansado das brincadeirinhas de criança, eu queria mesmo era dar a minha primeira e tão esperada TREPADA, no sentido mais amplo, sujo e clássico da palavra, e não apenas um rápido handjob com um menino que provavelmente nem era gay e sim um adolescente com os hormônios explodindo e louco para extravasar de alguma forma. (Claro que não expus meu real ponto de vista e fiz parecer que eu TAMBÉM era só um moleque hétero que não conseguia pegar mulher e queria gozar de qualquer jeito.)

A tal "grande experiência", o tal "grande momento", o popular "perdi o cabaço" aconteceu neste mesmo ano, mas em outro núcleo da minha novelinha "Malhação" particular. ;-)

Paralelamente às minhas peripécias estudantis (!), consegui um emprego em uma assistência técnica de computadores, mais exatamente como auxiliar de estoque, após concluir o período obrigatório de estágio na própria escola dos sonhos em que eu estudava e ganhar uma transferência para o curso de Processamento de Dados no período noturno, que nem era tão divertido assim... Enfim, não era difícil, neste novo emprego, perder minhas primeiras aulas no colégio por ter que contabilizar horas-extras no depósito, à espera dos técnicos de campo (todos moleques estagiários engravatados entre 15 e 20 anos) que tinham que descarregar os materiais e equipamentos de reposição ao final do dia, pouco importando a hora que fosse.

Um dos técnicos, o garoto E. - ruivinho no alto dos seus 18 anos, com uma namoradinha à tiracolo e uma semelhança inacreditável com o caubói de brinquedo do "Toy Story" -, era constantemente sacaneado pelos outros, que o chamavam de "viado", "frutinha" e tals, tudo na mais pura brincadeira. O sujeito nem se incomodava e alimentava ainda mais o sarro da molecada do trabalho, e este detalhe meio que despertou o meu gaydar, aquele "faro" que todo gay tem com relação a supostos "também gays"... sentindo um fundo de verdade naquela zoação toda, disfarçadamente comecei a jogar um verdinho, pra ver se colhia maduro.

E não é que rolou? Certo dia fiquei no depósito até 8 da noite, fazendo serão, e eis que o E. chegou, com uma penca de material para descarregar. Mesmo cansadão, mas prevendo alguma coisa inconscientemente, fui lá e ajudei. Depois do trampo todo, o E. deu a desculpinha esfarrapada de que "não tinha mais nada a fazer" e ficou por lá jogando conversa fora comigo. Nem lembro como aconteceu direito, só sei que de repente um começou a dar indiretinhas para o outro e, quando vimos, estávamos lá, trancados, no meio dos computadores do estoque, no que podemos categorizar tranqüilamente como a minha primeira experiência sexual de verdade. E foi completa, praticamente como se vê em filmes do gênero (hahaha), com início nos beijos, seguindo pelas preliminares e culminando com o ato em si. Maior legal que, logo na minha "estréia", matei dois fetiches típicos, sendo a) trepada com homem de uniforme, e b) trepada no ambiente de trabalho! :-D

Deixando as piadinhas de lado por um instante, o ato em si foi bastante cru, visceral até, com todos os "erros" de qualquer transa entre dois jovens inexperientes que estão se descobrindo e também descobrindo o outro; de que forma tocar, como beijar, onde beijar, até onde encostar as mãos, qual a posição mais confortável, como penetrar sem ser vencido pela dor... até como lidar com os inevitáveis pêlos pubianos (quem nunca interrompeu um sexo oral para tirar pentelho da boca que atire a primeira pedra. HAHAHA! Nojinho...). Enfim, nem saberia dizer se foi bom ou ruim; limito-me a dizer que foi MARCANTE e MUITO ESPECIAL.

Esta primeira "grande experiência" serviu sobretudo para me afirmar de vez como homossexual convicto, sem qualquer possibilidade de oh-não-sei-o-que-quero-de-minha-vida. O passo estava dado e ponto final; não havia mais armário algum, não pelo menos em minha mente. Não foi o que aconteceu com os outros: o D. só vi durante o período de escola, depois nunca mais, e mesmo com mais um ou outro "trabalho em dupla" que fizemos (hahaha), o cara arrumou uma noiva e, apaixonadíssimo, comprovou minha velha teoria de que realmente era o protótipo do hétero que só queria se divertir um pouco.

Já o E., que me confessara seu homossexualismo em certa ocasião, infelizmente não conseguiu encontrar a chave do seu próprio armário e, por ser filho de uma figura pública da cidade e outras várias razões, optou por fazer parte hoje do inglório time dos casados e pais de família que correm atrás de michezinhos na rua enquanto as esposas pensam que estão fazendo hora extra. Triste. (Nos cruzamos ocasionalmente pela cidade e, até por respeito um ao outro, fazemos de conta que nada nunca aconteceu, mas a cumplicidade silenciosa de ter vivido um lance bacana existe e a gente percebe no olhar.)

Bem, acho que só pelo relatado, nota-se que meus 15 anos foram bem rodados (hummm). Bem, primeiro passo dado, etapa concluída. Agora, já que tinha certeza absoluta do que eu era, precisava saber onde estavam os outros que também eram. E logo descobri... mas isso fica para a próxima, que este texto já está gigante! ;-P

Ass.: L.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Todos os meus dias...


Uma das primeiras coisas que eu disse ao R. naquele decisivo dia frio de Julho de 2003 em que inventei de oferecer-lhe um banquinho e nossa história de vida em comum então começou (não conhece essa história? Então clica aqui), foi que sempre me dei melhor com palavras escritas do que propriamente ditas. Sério, você me pede para dizer qualquer coisa e eu gaguejo, enrolo a língua, mil coisas... se quer saber qualquer troço a meu respeito - ou pelo menos aquilo que eu quero que você saiba sobre mim, hehehe - apenas me dê um papel e uma caneta. O negócio vai longe e, cinco horas depois, você tem um livro editado e prontinho para ser publicado. ;-)

Na verdade, nunca fui muito bom em dizer coisas. Adoro escrever. Adoro pensar em algo e brincar com letras, versos, palavras. Gosto de refletir sobre aquilo que quero transmitir e sempre que me meti a falar o que sentia, tive a sensação de parecer meio artificial, falso. É por isso que quase todas as declarações de amor que fiz ao R. chegaram às suas mãos em forma de bilhetes, cartões, desenhos, e-mails, apresentações em PowerPoint, mensagens no MSN, papéis de pão, guardanapos...

Hoje, por conta de milhões de problemas pessoais, mal consigo botar as mãos nestes nossos filhotes, estes dois blogs que tanto gostaria de alimentar. E quando me sento em frente ao computador, as palavras simplesmente não fluem e eu acabo sem escrever pilomba nenhuma. (o R. quase me esfola por causa disso, mas aí eu dou uns beijinhos e ele fica mais calmo, hahaha.) Incrível como tem horas em que a gente não consegue fazer absolutamente nada a não ser respirar, não é mesmo?

Mas enfim, arrumei uma brechinha e um computador que funcione, e estou aqui porque o Dia dos Namorados passou, o R. e o L. aqui estão chegando vitoriosos e com alguns hematomas ao sexto ano de convivência (se estivéssemos inteiros, nos valorizaríamos tanto? Gosto de pensar que não.) e a minha vontade de dar um agarrão naquela coisinha linda (e só MINHA!) e dizer-lhe escrever-lhe o quanto meu amor por ele é imenso só não consegue ser maior do que o rombo permanente na minha conta bancária. :-P Mesmo assim, prometo que, a partir de hoje, aparecerei mais vezes - e continuarei em breve as bizarríssimas histórias que comecei aqui.

O único problema é que não consigo pensar em NADA pra escrever... sério, a falta de inspiração está me matando. Então, para resolver o problema, ao invés de dizer tudo sobre o meu grande amor pelo meu namoradão R., desembolsei um cascalho e contratei meu amiguinho Alexi Murdoch para fazer esta declaração por mim. Mas como o dinheiro que paguei não era suficiente para custear a passagem de avião + hotel + noitada nas boates mais badaladas de SP (!), o Alexi fez o trabalho lá na terra dele, mandou um videozinho e ficou tudo por isso mesmo. ;-)

Sendo assim, R., não fique com medo do meu gosto musical, como você sempre teve, e olha aí embaixo que essa é só pra você (mas todo mundo pode assistir). E eu te amo demais.



Ass.: L. (retornando do limbo)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Quando eu disse “eu te amo!”


Depois de algumas semanas de namoro, a longínquos quase seis anos, lembro nitidamente o dia que eu disse pela primeira vez “eu te amo!” para meu namorado. Foi um dia atípico, por alguma razão a internet na casa dele não esta funcionando e marcamos um encontro na Lan House.

Antes de nos encontrarmos, batemos algum papo no telefone, e em algum momento entendi que ele tinha uma camisa dos Mamonas... sim, os Mamonas Assassinas. Por cargas d’água eu havia entendido isto.

Ele precisava passar um currículo da irmã dele por e-mail, e como estava sem internet, iria para um Lan house na divisa de dentro entre Santos e São Vicente. Que eram alguns minutos de casa.

Antes de sair de casa, achei na UOL um cartão engraçado sobre amor gay, que no fundo tocava "Robocop Gay", como eu havia entendido que ele gostava dos Mamonas, mandei para ele, para ele poder abrir na Lan House.

Quando nos encontramos, ele que fazia o estilo rock e usava um lencinho na cabeça. Ele foi fazer o que devia, e o pedi para abrir tal e-mail, por força do destino o cartão não chegou para ele, e nunca acabou chegando.

Mas, me senti aliviado, pois depois de algum tempo descobri que ele odeia os Mamonas, na verdade ele havia falado para mim que gostava realmente dos Ramones, eu que no meu momento “velha surda da praça” entendi totalmente errado. E com certeza, o cartão iria queimar meu filme :D

Paramos na praça perto da Lan, sentamos e começamos a conversar, e ele comentou sobre o cartão, o que eu havia escrito. Apesar de dizer que o cartão era engraçado, mas eu também disse que nele pela primeira vez eu dizia: eu te amo.

No momento que disse isto, ele parou. Na hora, fiquei com muito medo de ter estragado tudo, já que nosso namoro ainda estava no primeiro mês. Mas, como era de costume quando ele ficava meio inibido, ele ficou meio que rindo nervosamente, e muito feliz com que eu disse.

Aquele momento ficou gravado nitidamente na minha cabeça, tanto que quando passava por lá, toda aquela atmosfera em a mim, e era muito gostoso. Pois aquela era a primeira vez que eu falava que amava uma pessoa.

Por incrível que pareça, o sentimento existe forte, acho que mais forte do que nunca. Por mais difícil que esteja nossa situação por razões paralelas não ligadas ao nosso relacionamento. Já estou em um nível que não existe futuro ou horizonte sem ele.

E neste dia, queria falar para todo mundo realmente ouvir, que amo muito meu namorado.

Ass.: R

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