sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ode a República


Como podem acompanhar no nosso diário (Um Casal em Sampa), deixei meu emprego antigo e estou num novo emprego, num novo bairro (para mim) aqui em Sampa, estou na Lapa agora.

Bem, resolvi fazer este texto em homenagem ao bairro República, ao qual passei um ano trabalhando. E me trouxe uma nova cara de São Paulo.

Quando me estabeleci em São Paulo, fiquei freqüentador do meu bairro, na época, a Casa Verde Baixa, e também a Avenida Paulista, onde meu maridón trabalha. Mas, conhecendo estes dois bairros, você só tem uma visão superficial do que é São Paulo.

Quando fui chamado pelo meu emprego anterior, conheci a República.

A primeira visão te assusta, e com certeza me assustou muito. As belas ruas da Avenida Paulista não refletem as ruas da República, repleta de gente de rua. Pessoas maltratadas pela cidade, drogados, prostituídos e também algumas de má índole.

Você fica mais “esperto”, tem mais cuidado por onde passa, sabe as ruas melhores para andar e se familiariza com todo aquele visual novo.

No dia que fizemos uma tour pelo prédio onde trabalhava, ficamos um tempo no heliporto, e de lá tivemos uma visão geral da República, que mostra que como a gente perde tempo julgando o bairro e deixa de apreciar o local. Apesar de antiga, a estrutura dos prédios são lindas, alguns maltratados, outros restaurados. Aquele bairro remete a história antiga da cidade.

Você olha o povo que freqüenta e trabalha, e vê a miscigenação. Olhando para seus lados vemos imigrantes, católicos, evangélicos, budistas, roqueiros, hardcores, prostitutas, emos, gays, lésbicas, heteros, skinheads, góticos, gente de bem, gente do mal, gente em terno, gente em roupa de rua, gente com roupas alegres, gente trabalhadora, gente de rua, drogados, gente que ajuda os drogados, policiais, ladrões, afeminados, machões, mulheres machões, mulheres femininas, drag queens, modelos, cantores, atores, gente distribuindo sopa, gente mendigando, gente trabalhando, gente vendendo drogas, gente trabalhando no comercio informal, gente trabalhando no comercial formal...

Não há como ter rótulos, parece que parte do mundo e parte de cada tipo de ser humano esta andando por aquelas ruas. O que torna o lugar interessante e impressionante. Ao mesmo tempo em que já foi alvo de violência contra os gays, o lugar fervilha de lugares gls.

Também tem lugares para solitários, cinemões sujos prontos para sexo solitário, a dois ou conjunto. Mulheres de todo tipo de cores e tamanhos se oferecendo.

Enquanto isto, temos a Galeria do Rock, que é o símbolo máximo da mistura, trazendo andares que não ficam apenas no rock, tem lugar para musica black, soul, happy rock e até mesmo uma loja para quem cultua a dinastia hippie.

Esta é a República, suntuosa, as vezes assustadora, mas um lugar único aqui em Sampa. Quem não a conhece não sabe o que São Paulo tem a oferecer, seja de bom ou ruim.

Mas, fica meus parabéns a policia da cidade, desde que trabalhei lá, ao contrário dos meus amigos que foram assaltados no passado, não recebi nenhuma ameaça de roubo ou de perigo a minha vida. Pelo contrário, apesar do medo (meio preconceituoso), nunca realmente aconteceu nada que me pusesse em risco. O local esta visivelmente mais seguro nos dias de hoje.

Só tenho a agradecer a esta experiência. Pois com certeza, levo para o resto da vida.

República eternamente no meu coração.

Ass.: R

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