segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um Casal em Sampa – Parte 18 – Janeiro/Fevereiro


Bom, com a falta de tempo de procurar fisicamente apartamento, partimos para o jeito mais prático: jornais e anúncios online. Ficamos viciados em sites de imóveis na internet, a busca era diária, para não dizer de hora em hora.

Com alguns achados, começamos as visitas e é claro as decepções. Muitos destes anúncios mascaram um pouco o estado ou alguns detalhes do apartamento, como tamanho, condições e local de acesso.

O que mais nos espanta é como o valor imobiliário em Sampa esta em alta e qualquer apartamento o menor que fosse, bateria qualquer aluguel em cidades como Santos ou São Vicente. O custo de vida esta muito caro e isto dificulta ainda mais a procura.

E parece que cada apartamento que achávamos, menor eles ficavam. Parecia Alice No País das Maravilhas ao contrário, enquanto lá Alice entrava em pequenas porta e via grandes salões, aqui a gente entrava em grandes prédios e via apes minúsculos.

Enquanto continuava a busca, me adaptava ao novo emprego. Não posso reclamar de minhas companheiras de trabalhos, apesar de toda a pressão que o emprego exige, não posso dizer que não tive apoio de ambas. Elas eram tão solicitas como grandes companheiras de trabalho, com de almoço e de conversas triviais.

Um delas casou cedo e tem uma filhinha. A outra era um mistério, feminina ao extremo, com até um ar de adolescente, acabou sendo uma grande surpresa ao passar dos dias, quando em uma das suas conversas telefônicas (sua mesa fica colada a minha), vi que chamou alguém no telefone de esposa.

Não demorou muito para ela abrir para mim sobre seu relacionamento homossexual. Está há vários anos com uma companheira, e desde que sua mãe faleceu, as duas vivem juntas. O que foi um tapa na cara, pois mesmo eu sendo gay, ainda havia aquele certo preconceito em minha cabeça que nunca imaginária que uma mulher toda feminina poderia ser lésbica.

Pior que logo eu, que luto contra o estereótipos de gay afeminado, dizendo que nem todos os gays são assim, cai na mesma cartilha e fiquei surpreso em ver que minha companheira de trabalho não é masculinizada por que namora outra mulher.

Pois é, a vida é uma caixa de surpresas e sempre me ensina uma lição: “Mente aberta, R. Um ser humano é sempre diferente de outro. Não rotule um pelo o outro”. E é isto, cai na armadilha que sempre alerto para outras pessoas não caírem.

Bem, como era de esperar, me abri também com ela, o que melhorou ainda mais nosso relacionamento. E me deu aquela esperança, que muitos que ditam que homossexuais são promíscuos, que não rola monogamia, estão um pouco errados. Como tudo na vida, há sempre exceções, e não estou sozinho nesta.

Bem, voltando à busca pelo apê, encontramos o lar dos sonhos. Um apartamento maravilhoso, próximo de onde moramos (o que não iria mudar nossa rotina diária). Preparamos toda a documentação, aceleramos o máximo o processo e fomos pegos de surpresa, o apartamento já havia sido alugado por outra imobiliária.

Deu uma vontade louca de chorar, ainda mais que todo dia víamos o próprio pela janela do nosso apê. Foi muito chata a situação.

A seguir: Vida de casado! Novo lar!

Nenhum comentário:

Leia também:

Related Posts with Thumbnails