sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O melhor amigo do Gay


Não sei se vocês no blog sabem, mas sou extremamente apaixonado por cachorros. E uma das minhas maiores dores de sair de Santos e vir morar em Sampa, além de deixar minha mãe, é deixar meus cachorros.

Já tive quatro cachorros ao mesmo tempo, dois já faleceram por velhice, hoje ficou um casalzinho. Eu adoro o T., não estou dizendo que ele é meu favorito, pois amo e amei a todos, mas o T. foi quem mais fez presente a minha vida.

T. teve uma vida sofrida, abandonado na rua, atropelado duas vezes, até enfim ser adotado por nós. Os acontecimentos passados lhe deixaram marcas em duas pernas tortas. Mas, não ache que isto o deixa triste, ele é um dos cachorros mais contentes que eu conheço.

Ele é pentelho, adora ir para rua e quando levamos para uma voltinha, temos a nítida impressão que ele que nos leva para passear e não ao contrario. Ele puxa a colera, ele tenta correr e entrar nos lugares mais inacessíveis.

Todas as noites ele vinha visitar a minha cama, principalmente no inverno quando fazia meu pé de travesseiro. Você olha para aquela cara dele, toda velhinha e cílios brancos, e se chegar perto, leva uma lambida.

Ele é o meu companheirão, quando ficava em casa deitado lendo meus gibis, ele sempre me fazia companhia. Mas, nunca eu necessitei tanto de seu companheirismo do que quando meu pai faleceu. No mesmo dia, minha mãe teve um principio de infarto e ficou internada, meu irmão estava casado. Naquele fatídico, cheguei em casa e não tinha ninguém, pois ainda não estava namorando o L.

Deitei na cama, mesmo tendo passado a madrugada sem dormir o sono não veio, coloquei os braços por baixo do travesseiro e fiquei olhando o teto, neste momento vejo algo se acomodando embaixo do meu sovaco. Lá estava o T., tentando se ajeitar no espaço mínimo que sobrou na cama. Olhei para ele: “oi”. Ele pulou na minha cara e deu uma lambida bem caprichada. Naquele momento não agüentei e chorei realmente pelo dia. Mas, não me senti sozinho, meu companheirão estava o tempo inteiro dormindo do meu lado.

Hoje, por causa da idade dele, temo todo dia chegar em Santos e não encontrá-lo mais. Da uma dó de não estar perto dele e não aproveitar este pouquinho de vida que ainda lhe resta e a saudade me mata bastante.

Sempre quis fazer uma homenagem assim aos meus cachorros mortos, mas a coragem sempre falta nas palavras, então aproveito em vida e faço esta homenagem ao meu cãozinho. Que com certeza é um dos companheiros mais sinceros que a gente tem durante esta passagem de vida. Não importa a nossa sexualidade, chatices e tudo mais, a gente sabe que mesmo com todo mundo de mau humor, sempre vai ter alguém muito alegre quando chego em casa.

E peço a Deus, que ele sempre fique bem, pois que espero encontrá-lo muitas vezes ainda em Santos. E que um dia ele tenha que ir, que seja sem dor. Pois, ele não merece passar por isto.

Talvez, quem nunca tenha tido um cachorro, não compreenda isto tudo que estou dizendo. Mas, saiba que quem tem um cachorro companheiro, nunca se sentirá abandonado, pois nem um dono mendigo, o cachorro abandona.

E fica minha homenagem ao meu grande amigo canino.

T., te amo.

Ass.: R

Um comentário:

Ivan disse...

óóóuuunnn *-*

tbm tive uma cadelinha muuuito linda, é incrível como ela não sai da minha cabeça, por mais q ela foi para o céu a muito tempo, deixou marcas, realmente é td d bom!

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