segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Diário do Leitor

E trazemos mais uma colaboração de nossos ilustres leitores aqui no blog, o leitor Guh fala um pouco sobre fidelidade dêem uma olhada:


“Hoje eu estou meio chateado com uma coisa que aconteceu, ai resolvi escrever umas linhas, não conheço muita gente com visão crítica e não conheço muitos gays. Juntar os dois é praticamente missão impossível 4!
Enfim, esta aí meu drama de hoje rsrsrs

Mais uma vez aconteceu...

Hoje ganhei um presente de aniversário. No geral meu presente foi muito bom, mas eu preferia não ter ganhado nada. Conheci esse indivíduo num ambiente de trabalho. Logo que nos vimos percebi seu interesse. Eu tenho um problema sério de corresponder olhares, simplesmente não consigo. Não sei se é vergonha ou medo, ou talvez os dois. O caso é que não consigo ser receptivo a olhares: viro o rosto, esboço um desinteresse e, em momentos de tensão total chego a esboçar desprezo. Culpo-me por ser difícil demais, de ser o próprio culpado de não sair com muitos caras. Na verdade fico até meses sem ficar com ninguém.

Mas o que houve com esse tal, que hoje conseguiu quebrar essa barreira e me conhecer um pouco? Bom, essa foi uma das raras vezes em que consegui ser mais forte que o medo e a vergonha e corresponder. Por que preferia não ter ganhado meu presente? Bom, ele era casado. Péssima coisa de se saber do cara que você acabou de transar. Ainda mais se você é daqueles que tem fé num relacionamento baseado em confiança. Pra essas pessoas, assim como eu, é como uma rasteira. Para os mais dramáticos, assim como eu, é algo meio Maysa “Meu mundo caiu”.

Fiquei sabendo desse detalhe matrimonial minutos depois do fato consumado, numa conversa casual. Naquela hora me senti o pior dos seres, mas engoli o gosto azedo da decepção e, apesar de querer virar pó ali mesmo, fiz uma cara de curiosidade e o perguntei o porquê da traição. Ele alegou que gostava muito do seu marido, mas que ele não o completava (lê-se: não o satisfazia na cama). Senti-me mal por ser aquele que foi procurado para preencher o vazio que ele não satisfazia em casa.

Depois, sozinho num ônibus e refletindo, percebi que me envolvi sexualmente com poucos homens e todos eles tinham um tipo de compromisso, seja um namorado, um marido ou ainda esposa, namorada. Pensei comigo mesmo “Porra, mas eu sou muito pé frio”. Não sei se tenho algum imã pra gente comprometida que só quer casualidade quando eu quero mesmo é distância disso ou se tenho uma inscrição na testa dizendo “casados, aqui”.

Enfim, auto piedade à parte, fiquei pensando que o mundo está cheio de gente insatisfeita em seus relacionamentos. Por que tantos homens e mulheres acabam procurando em desconhecidos satisfação que não encontram mais em seus companheiros e companheiras? Entendo que é difícil resolver essa charada. Há sentimentos em jogo: muitos amam seus parceiros e não estão dispostos a terminar o relacionamento e, contar que gostariam de fazer sexo com outras pessoas de longe uma das coisas mais desagradáveis de se contar. Pior ainda deve ser ouvir isso do ser amado.

Nesses momentos a tristeza bate porque eu, como ser que nunca teve um relacionamento sério, perco um pouco a esperança de encontrar alguém que valha à pena, fico mais desconfiado de quem se aproxima e menos empolgado com os homens ao meu redor. Mas não aceito isso como minha realidade. Pra isso eu faço birra, bato o pé e continuo procurando aquele cara que será O CARA. Não sei se sou muito iludido ou estou em negação, mas se não encontrar meu CARA, acho que vou morrer nessa fantasia. Rs”

Adorei o desabafo do leitor e fico meio triste sobre a infidelidade. Mas, cada cabeça uma sentença.

Quer escrever também o seu texto, mande e-mail para:
digaxisparaopassarinho@gmail.com

O texto deve estar no corpo do e-mail, não em anexo.

Ass.: R

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